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BIOLOGIA DOS ESCORPIÕES

 

          Os escorpiões pertencem ao filo Arthropoda (gr. arthros = articulado + poda = pé) e Classe Aracnida (artrópodes quelicerados. As quelíceras – correspondem aos apêndices do primeiro segmento e são estruturas em forma de gancho e servem para capturar a presa e apresentam glândulas de veneno associadas). São cerca de 1500 espécies, sendo 25 realmente perigosas.

          Existem fósseis comprovando que surgiram há 400 milhões de anos (Siluriano), eram providos de brânquias, e frequentemente encontrados com sedimentos marinhos, estes escorpiões certamente viviam na água. Algumas destas espécies podiam ter até 90 cm.

          Ocorrem em todos os Continentes exceto na Antártida, porém cada espécie é restrita a uma determinada área, quanto mais alta a latitude, menor o número de espécies. Habitam: desertos, caatingas, cerrados, florestas temperadas, florestas pluviais e zona de marés.

          A percepção pela visão é pouco desenvolvida, sendo capaz de distinguir apenas luz e sombra. As fendas sensoriais presentes nas pernas são capazes de perceber a movimentação do solo. As tricobótrias são cerdas especiais, principalmente localizada nos pedipalpos, sensíveis a movimentação do ar e ao tato e tem como função a localização de presas e inimigos.

          Os pentes desempenham várias funções: como quimiorreceptoras, mecanorreceptora sentindo as vibrações do solo e servem também para a escolha do substrato para a fixação do espermatóforo.

 

Estrutura Física dos Escorpiões

          Seu veneno é composto de 69% de componentes proteicos sendo de ação neurotóxica e produzido nas glândulas de veneno. É injetado através do ferrão, com o auxílio de músculos da vesícula que o impulsionam.

 

Aspectos Biológicos dos Escorpiões

          Eram considerados exclusivamente noturnos, com exceção atual para poucas espécies. Sua alimentação é essencialmente pequenos artrópodes (aranhas, grilos, baratas etc.); eventualmente pequenos vertebrados, e excepcionalmente aceitam algo que não seja a presa capturada por eles próprios (cativeiro). Podem ficar em jejum de 5 a 6 meses, e em algumas espécies até 1084 dias.

          A captura ocorre quando localiza a presa, o escorpião tenta imediatamente agarrá-la com as pinças de seus palpos, se esta não oferecer resistência é imediatamente levada às quelíceras. Se resistir o escorpião fará uso do ferrão, paralisando-a com o veneno.

 

Escorpiões são predadores de vários insetos

          Os tecidos da presa são triturados pelas quelíceras, e ao mesmo tempo, umedecidos com suco digestivo. Inicia-se assim a digestão.

          A necessidade de água varia de acordo com a espécie e condições ambientais. O aproveitamento da água proveniente do alimento é importante, principalmente para espécies de regiões áridas ou semiáridas.

          O canibalismo é normal, geralmente parturiente comem alguns de seus filhotes, sendo incitado por competição pela mesma presa e falta de alimento; também ocorre durante a ecdise (troca da pele). E em algumas espécies a fêmea se alimenta do macho após o acasalamento.

          Os escorpiões são predados por camundongos, quatis, macacos, sapos, lagartos, corujas, seriemas, galinhas, aranhas, formigas e até os próprios escorpiões. E sofrem com vírus, bactérias, fungos, nematoides, ácaros, etc. Embora essa pudesse ser uma estratégia de controle biológico é pouco estudada.

   

 

 

 

 

 

 

          Sendo artrópodes, os escorpiões passam durante a vida, por mudas, isto é, trocam periodicamente a cutícula. A cutícula velha funde-se, e o corpo por meio de vibrações vai saindo essa cutícula velha é denominada exúvia. Sofrem de 4 a 5 ecdises, e a maturidade ocorre por volta de um ano.

          São capazes de produzir som através da estridulação, com o atrito entre partes do corpo; palpo – perna, quelícera – cefalotórax, metassoma – ferrão e o pente – esternito.

          Apresentam a capacidade de catalepsia, que é a imobilização do corpo, como se o animal estivesse se fingindo de morto, o dorso fica voltado para o substrato (até 6 horas).

          A crendice do suicídio originou-se de observações mal feitas, em toda situação em que este tenta se defender de um inimigo, ele levanta o metassoma, movimenta-o para frente com o ferrão, chegando a roçar com este o próprio dorso, causando a impressão de que está se ferrando.

          O acasalamento ocorre quando o macho encontra a fêmea, se esta estiver receptiva, se seguram pelos palpos, o macho caminha até encontrar um substrato favorável, esse não possui pênis (espermatóforo), ele fixa o espermatóforo no substrato, abaixa o metassoma e puxa a fêmea para cima do espermatóforo. Por sucessivos e curtos deslocamentos, a fêmea coloca o orifício genital em contato com o órgão. O tempo mínimo entre acasalamentos é de seis dias. A gestação varia entre espécies, variando entre 42 e 580 dias, geralmente 125 dias, são vivíparos, colocando o número de embriões de 17 em média, os filhotes se alojam nas costas da mãe (20 dias).

          A reprodução por partenogênese é a capacidade de multiplicar-se por meio de ovos não fertilizados (óvulos), portanto sem a intervenção do macho. Até hoje nunca foi encontrado um macho de Tityus serrulatus. Também ocorre em espécies cujos machos são conhecidos.

          No mundo são cerca de 1500, no Brasil ocorre aproximadamente 80 e no estado de São Paulo são conhecidas 13 espécies. As espécies perigosas no Brasil são Tityus stigmurus; Tityus serrulatus e Tityus bahiensis.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

         

 

 

 

          As partes do corpo mais atingidas são: 57% as mãos; 7% os braços; 18% os pés; 3,5% as pernas e 14,4% outras partes.

          O tratamento através de soro antiescorpiônico é utilizado somente em casos graves. No Brasil é produzido um soro bivalente. Age contra o veneno de T. bahiensis e o de T. serrulatus.

          Os sintomas do envenenamento são dor local intensa, salivação, abaixamento na temperatura, lacrimação, escorrimento nasal, hiperglicemia, taquicardia e hipertensão.

 

Monitoramento

          Procurar nos locais preferenciais: sob pedras, troncos caídos, cascas de árvores, pilhas de tijolos ou de telhas, montes de entulho, cemitérios etc.

 

Medidas Preventivas

          É o método mais eficaz de controle, destruir os locais observados no monitoramento, assim acabando com os abrigos preferenciais do escorpião. Vãos em paredes, muros e pisos devem ser calafetados. Controlar insetos ao redor da área de manejo e dentro da área, principalmente baratas.            Fechamento total dos espaços existentes entre as portas e o chão. 

Métodos de Controle - Desinsetização (Dedetização)

  • Tratamento Localizado;

  • Micropulverização;

  • Nebulização;

  • Atomização.

          Sua locomoção é com o metassoma curvado para cima e palpos dirigidos para frente, proporcionam uma locomoção lenta aos escorpiões.

          Quando em repouso o escorpião fica parado geralmente este conserva o metassoma rebatido para um dos lados, pernas encolhidas e a face ventral do corpo apoiada ao substrato.

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Tityus stigmurus

  • Tamanho: 65mm;

  • Carapaça amarelada, com um triângulo anterior preto;

  • Faixa mediana bem nítida, ao longo do corpo;

  • Vesícula amarela;

Encontrado na Região Nordeste.

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Tityus serrulatus

  • Tamanho: 60 a 65 mm;

  • Coloração geral amarela;

  • Carapaça e tergitos mais escuros que os apêndices;

  • Último segmento metassomático com mancha escura ventral;

  • Penúltimo segmento do metassoma com dentículos dorsais perceptíveis ao tato;

  • Idade máxima: 1590 dias.

  • É responsável por 98% dos casos fatais no Brasil;

  • Muito comum em SP e MG.

Tityus bahiensis

  • Tamanho: 60 a 65 mm;

  • Carapaça e tergitos de cor parda escura;

  • Metassoma mais claro, avermelhado, assim como os apêndices;

  • Palpos com mancha escura muito característica;

  • Pentes amarelados;

  • Pernas com manchas escuras pequenas;

  • Idade máxima: 1447 dias.

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