top of page

BIOLOGIA DAS FORMIGAS

 

          As formigas vivem em colônias e são divididas em castas, a casta das formigas rainhas, das formigas machos e das formigas fêmeas estéreis. Estas vão se diferenciar pelo tipo de alimento que lhes é fornecido durante toda a fase larval. Tal condição vai acabar por caracterizar as diferenças morfológicas de cada casta. Cada uma delas dura em torno de 15 anos, iniciando no momento em que uma formiga rainha cruza com um macho de casta diferente da sua e reproduz formigas obreiras e, terminando no momento em que a formiga rainha não consegue mais reproduzir.

As formigas são divididas em três tipos:

• Formigas rainhas: possuem asas e podem reproduzir fêmeas. Vivem aproximadamente de quinze a vinte anos.

• Formigas machos: possuem asas e vivem apenas algumas semanas com o único intuito de reproduzir

• Formigas fêmeas estéreis: são as formigas operárias ou obreiras, reproduzem machos sem a necessidade de serem fertilizadas. Vivem aproximadamente um ano.

Trabalho

• Obreiras: cuidam da rainha, dos ovos, das larvas e de pupas.

• Cuidadoras da manutenção de ninhos: abrem e fecham as entradas dos ninhos, mantêm estruturas e passagens
   dentro da colônia.

• Patrulheiras: designam os caminhos destinados para o forrageamento.

• Forrageiras: seguem caminhos designados para elas, para acumular comida para a colônia.

• Trabalhadoras de Meio-dia: manejam o lixo, chamado de meio-dia, e que parece ter uma significante relação a como as formigas acham sua colônia.

Atribuição de Tarefas

          Não existe uma fonte de liderança, diferentemente de como muitas pessoas acreditam. A Rainha está lá apenas para reproduzir e não para controlar a colônia.

          Quando ocorrem alterações nas condições na colônia, a ênfase em certo trabalho se altera. Trabalhadores são movidos de uma tarefa para outra dependendo da necessidade. Quando se trata do forrageamento, ao ser o trabalho mais importante, vai ter prioridade ante qualquer outra tarefa.

 

Principais Espécies Urbanas Encontradas no Brasil

Tapinoma melanocephalum (formiga-fantasma):
          São pequenas, com o corpo claro e a cabeça escura. Constroem seus ninhos perto ou dentro das residências, atrás de rodapés e batentes.

Paratrechina longicornis (formiga-louca):
          Sua cor varia indo de tons marrons escuros até o preto. Constroem seus ninhos perto ou dentro de residências, dentro das paredes e atrás de janelas e forros.

Monomorium pharaonis (formiga-do-faraó):
          Sua cor varia de tons amarelos até o marrom claro. Constroem seus ninhos em cavidades encontradas nas residências.

Pheidole megacephala (formiga-cabeçuda):
          Sua cor varia do vermelho até o marrom. Possuem uma cabeça muito grande em relação ao corpo. Constroem seus ninhos no solo, frestas de calçadas ou atrás de rodapés.

Wasmannia auropunctata (formiga-de-fogo ou pixixica):
          Possuem coloração marrom claro dourada. Constroem seus ninhos em guarda-roupas, camas, berços.

Lenipthema humile (formiga-argentina):
          Sua cor varia nos tons marrons. Constroem seus ninhos próximos a locais com água e alimento, como banheiros e cozinhas.

Camponotus (formiga-carpinteira):
          Seu tamanho é variável e sua coloração atinge tons do amarelo ao preto. Constroem seus ninhos em batentes de janela e porta, além de assoalhos, podendo ainda habitar aparelhos eletrônicos.

Crematogaster (formiga-acrobática):
          Sua coloração varia do amarelo ao marrom escuro. Constroem seus ninhos em qualquer estrutura de madeira.

Solenopsis (lava-pé):
          Sua cor varia do amarelo claro ao preto brilhante. Constroem seus ninhos exteriormente às residências, formando montes de terra, ou ainda, em aparelhos eletrônicos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Hábitat das Formigas e Distribuição Geográfica

          Em geral, constroem seus ninhos em locais de difícil acesso, tais como tomadas, embaixo do piso e atrás de batentes de portas.

          Os centros urbanos das cidades são comumente habitados por formigas de variadas espécies que convivem juntamente com os seres humanos, sendo na maioria das vezes uma associação indesejada.

Ciclo de vida da formigas

          Cada larva que eclode de cada ovo, ausente de pernas e em geral ausente de coloração, é alimentada pelas obreiras por um processo chamado trofilaxia, no qual a obreira regurgita alimentos por ela ingeridos e digeridos. Assim, através de mudas, ou seja, da troca de pele para um estágio maior, cada larva passa por 3 a 5 estágios, os instares.

         

 

 

 

 

          O desenvolvimento da larva é dependente da quantidade de alimento que ela recebe, assim como da temperatura a qual está submetida durante todo o processo, levando-a a sofrer uma nova muda à medida que cresce. Completada a última muda, a larva para de se alimentar entrando no estágio de pupa, no qual não poderá se movimentar. Em algumas espécies, a pupa da formiga pode se apresentar envolvida por um casulo de seda, em outras a pupa só vai ser diferenciada do adulto por possuir uma coloração esbranquiçada. Após o estado de pupa, nasce a formiga adulta como a conhecemos, não crescendo mais.

          As Rainhas e os machos nascem também da mesma maneira.

Problemas na sociedade

          Por passarem por locais como o lixo, em que diversos agentes microbianos são encontrados, as formigas domésticas, através de suas patas e cerdas, podem ser veículos de inúmeros agentes causadores de doenças, ocasionando diarréias e vômitos caso os alimentos sejam contaminados por estes insetos.

          Em hospitais, as formigas são um perigo em potencial. Nestes elas podem se alimentar de restos de materiais infectados, assim como transmitir bactérias e material patológico para pessoas, instrumentos e alimentos que ocasionalmente são destinados aos pacientes. Sendo assim, podem causar infecções hospitalares.

          Algumas espécies instalam-se em aparelhos domésticos eletrônicos, por eles apresentarem temperatura adequada para sobrevida e procriação, e liberam uma substância ácida que deteriora os aparelhos.

Métodos de Controle - Desinsetização (Dedetização)

  • Tratamento Localizado;

  • Gel de Formiga;

  • Pó de Contato;

  • Micropulverização;

  • Nebulização.

          Não se deve utilizar inseticidas indiscriminadamente, pois apesar de algumas operárias morrerem no local, outras avisam a colônia, que rapidamente se distribuirá para diversos outros locais, formando novos ninhos.

          Existem vários métodos para controle de formigas. Entre eles, destacam-se métodos mecânicos, quando se identifica e elimina-se mecanicamente o ninho; métodos culturais, que consistem na aração, em culturas de armadilhas e em resistência de plantas; métodos biológicos e naturais, ainda em aprimoramento; e métodos químicos. Em relação aos métodos químicos, existem várias formas de se proceder, diferindo entre eles principalmente a formulação e o modo com que são aplicados. Os formicidas podem ser aplicados de diferentes modos: pós secos e concentrados emulsionáveis; gases liquefeitos; soluções nebulígenas e iscas granuladas. As iscas granuladas são de fácil aplicação, dispensando aparelhos e não apresentam perigos de intoxicação. Possuem um alto grau de eficiência.

          A simples aplicação de inseticida pode ser ineficaz, pois ela abrangerá um efeito restrito apenas àquelas formigas que estão visíveis, isto é, aquelas que se encontram fora do formigueiro, representando aproximadamente apenas 5% da colônia, enquanto que as outras 95% estarão protegidas em seus ninhos.

          Muitas providências podem ser tomadas na busca do controle das formigas em casa, mas é importante lembrar que essas formigas não desaparecem da noite para o dia e o controle exige muita paciência e persistência, pois como essas formigas possuem muitas rainhas, elas apresentam um fenômeno conhecido como sociotomia, que é a divisão do formigueiro em vários outros quando existe algum tipo de perturbação ambiental.

 

Curiosidades

          Uma árvore morre após suas folhas serem cortadas três vezes seguidas; um formigueiro necessita, por ano, de uma tonelada de folhas para sobreviver; com 12 formigueiros por hectare, não se encontra uma única árvore viva, na área. Um formigueiro de 10 metros quadrados pode, potencialmente, matar 37 árvores, o que equivale a 3,6 metros por hectare.

              Em Barueri (SP), o povo usa uma infusão de saúva em cachaça para esfregar em partes do corpo atacadas por reumatismo. A içá, que pode ser comida, é considerada como um afrodisíaco.

Saúvas podem ser utilizadas na suturação de feridas. Os Índios da Guiana coletam soldados de saúvas, aplicam suas mandíbulas aos lábios da ferida, que são mantidos juntos. As formigas mordem, seus corpos são arrancados, e a fileira de mandíbula permanece até que a ferida cicatrize.

          As formigas nunca dormem. Elas trabalham por turnos e, para poder descansar, apenas diminuem o seu metabolismo, entrando assim num estado de latência.

Túneis do formigueiro

          Grandes colônias podem chegar a possuir até 8 rotas distintas destinadas para o forrageamento.

          Formigas patrulheiras não designam sempre as mesmas formigas para o mesmo caminho, alternando entre elas as rotas.

          Colônias novas, normalmente destinam suas forrageiras para uma única grande fonte de alimento, uma vez que a encontram.

bottom of page